|
A minha morte, não ta dou. A minha morte, não ta dou. Feliz assim por teres tudo o que sou? Só não te dou o que não serei. |
La mia morte, non te la do. La mia morte, non te la do. Felice così di avere tutto quel che sono? Solo non ti do quel che non sarò.
|
Sonho-te real, em lágrimas de mar Sonho-te real, em lágrimas de mar, Enquanto longos, dolorosos versos |
Ti sogno reale, in lacrime di mare Ti sogno reale, in lacrime di mare, Mentre lunghi, dolorosi versi
|
E é a tua sombra, e é e se desfaz E é a tua sombra, e é e se desfaz, Chocalha agora a tarde nas coleiras
|
Ed è la tua ombra e si disfà Ed è la tua ombra e si disfà Tintinna adesso la sera nei collari |
Escrevo-te de perto, como se a mão Escrevo-te de perto, como se a mão |
Ti scrivo da vicino, come se la mano Ti scrivo da vicino, come se la mano |
E nisso haver. E nisso persistir.
Pensar perder-me em nada diluído
pela bola de neve que me desses
instantânea mas branca. Conseguir
amores de bruma e de estampido
num espaço que não sei e onde teces
a tua tempestade.
Correr a mão
pelo corpo que tens em tempos quedos,
deixá-la ir pelos agostos fartos
pelas horas de ceifas e de verão.
Deixar que a tua pele me guie os dedos
para chegar aos olhos e fechar-tos.
Quando até sobre o tarde navegavam
a luz que dentro vinha sobrepunha
a lantejoula aguda de outro sol
ao passo opaco, idêntico, cercando
os braços intranquilos, a surpresa
que só de pressentida lhes doía.
Ao frio sal que sob os pés sentiam
e à escuridão mais fundo, ao sonolento
e bruto som da corda e da madeira,
às dores de fome e ao gemido fraco
duma saudade parda, à solidão
sem espelho, à gula insaciada, ao medo
- a tudo combatia uma paixão
neles tão nova, nevoenta outrora,
qual a de ver, de ver de olhos abertos
até sentir no roçagar dos dedos,
a mínima paisagem, mais total
que os montes lerdos, pátrios e trocados:
a crispação da vela, o peixe lento
de súbito surgindo, ignotas flores,
cores purulentas, vasto e escasso espaço
para estrídulos pássaros abertos
e outra vida mor,
e ainda bruma
que não sabem se é deste ou doutro sonho.
O mar é longe,mas somos nós o vento;
e a lembrança que tira,até ser ele,
é doutro e mesmo,é ar da tua boca
onde o silêncio pasce e a noite aceita.
Donde estás,que névoa me perturba
mais que não ver os olhos da manhã
com que tu mesma a vês e te convém?
Cabelos,dedos ,sal e a longa pele,
onde se escondem a tua vida os dá;
e é com mãos solenes,fugitivas,
que te recolho viva e me concedo
a hora em que as ondas se confundem
e nada é necessário ao pé do mar.
|
Voltar à página principal
(em português) | Tornare alla pagina principale
(in italiano)
Para sugerir um site | Per
suggerire un sito
Falemos | Forum