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Quando eu tiver setenta anos

Quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta adolescência

vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência

vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito

vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito

então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência

de "Caprichos e relaxos"

Quando avrò settanta anni

Quando avrò settanta anni
terminerà questa mia adolescenza

lascerò perdere la vita spensierata
e completerò la mia libera docenza

farò quello che mio padre vuole
cominciare la vita col piede giusto

farò quello che mia madre desidera
sfruttare le occasioni
di entrare nella società che conta
e portare a termine il mio corso di diritto

vedrò tutto con consapevolezza
quando finirà questa mia fanciullezza

(trad. Pierino Bonifazio)

 

 

FELIZ COINCIDÊNCIA

qualquer coincidência
é mera semelhança
enquanto o quixote pensa
sancho coça a sancha pança

todas as coisas sejam iguais
que o vermelho seja verde
o azul seja amarelo
e sempre seja nunca mais

de “O ex-estranho”, Iluminuras, 1996, S.Paolo

FELICE COINCIDENZA

qualunque coincidenza
è mera somiglianza
mentre chisciotte pensa
sancho gratta la sancha panza

ogni cosa sia uguale
che il rosso sia verde
l'azzurro sia giallo
e il sempre sia giammai

(traduz. equipe O Ponto de Encontro)

 

 

TAKE P/BERE

foi tudo muito súbito
tudo muito susto
tudo assim como a resposta
fica quando chega a pergunta

esse isso meio assunto
que é quando a gente está longe
e continua junto

TAKE P/BERE

fu tutto un gran spavento
tutto molto brusco
tutto come la risposta
resta quando giunge la domanda

questo ecco discorso a metà
che è quando da lontani
noi si continua insieme

(traduz. equipe O Ponto de Encontro)

 

 

INVERNÁCULO

Esta língua não é minha,
qualquer um percebe.
Quando o sentido caminha,
a palavra permanece.
Quem sabe mal digo mentiras,
vai ver que só minto verdades.
Assim me falo, eu, mínima,
quem sabe, eu sinto, mal sabe.
Esta não è minha língua.
A língua que eu falo trava
uma canção longínqua,
a voz, além, nem palavra.
O dialeto que se usa
à margem esquerda da frase,
eis a fala que me lusa,
eu, meio, eu dentro, eu, quase.

Já disse de nós.
Já disse de mim.
Já disse do mundo.
Já disse agora,
eu que já disse nunca.
Todo mundo sabe,
eu já disse muito.

Tenho a impressão
Que já disse tudo.
E tudo foi tão de repente.

de “O ex-estranho”, Iluminuras, 1996, S.Paolo

INVERNACOLO

Questa lingua non è mia,
ognuno lo comprende.
Quando il senso cammina,
la parola attende.
Forse dico appena bugie,
magari solo mento verità.
Così mi parlo, io, minima,
chissà, mi spiace, non si sa.
Questa non è la mia lingua.
La lingua che parlo accenna
una canzone antica,
la voce, oltre, senza parola.
Il dialetto che si usa
al margine sinistro della frase,
ecco la parlata che mi "lusa",
io, mezzo, io dentro, io quasi.

Ho già detto di noi.
Ho già detto di me.
Ho già detto del mondo,
Ho già detto ora,
io che ho già detto mai.
Tutti lo sanno,
ho già detto molto.

Ho l'impressione
d'aver già detto tutto.
E tutto così all'improvviso.

(traduz. equipe O Ponto de Encontro)

 

 

 

 

 

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